terça-feira, 7 de setembro de 2010

O NOSSO SETE DE SETEMBRO PARTICULAR

É inevitável. Todo sete de Setembro ficamos envolvidos pela recordação de que sim, Graças a Deus e aos homens de boa vontade e boa cabeça, somos um país livre. Mas por isso mesmo, a mídia não tem como fugir das transmissões da parada militar e das escolas públicas que se revezam nas principais avenidas e nos ceús (meu filho Duda estava lá no desfile aéreo do Rio de Janeiro!)das capitais de todo Brasil. Mas isso me faz pensar em outro sentimento de liberdade e também no que efetivamente significa "ser livre"... 
Nascemos livres, dotados do livre-arbítrio para pensar e consequentemente agir. Mas como seres permanentemente em processo educacional, precisamos de nossos pais na infância delineando limites e corrigindo nossas tendências aos abusos e a sermos naturalmente espaçosos. Nesse mundo moderno, no entanto, alguns pais corroídos pela culpa e angústia do pouco tempo com seus filhos, relaxam nesse processo de orientação e afrouxam as rédeas. O que é uma pena para ambos, pois algumas regras e restrições ao longo da meninice ensinam o respeito ao próximo e aos direitos de todos nós.
Na juventude, não tem jeito!Nos achamos donos do mundo e queremos a todo custo transformá-lo de acordo com nossa ótica bastante apaixonada e pouco prática. Mas tudo bem, afinal a paixão e a energia fazem parte da busca de nossos valores pessoais e da construção da nossa identidade. Porém, ainda aqui ajuda bastante aquela conversa amiga ao pé do ouvido, mostrando o que é invisível aos olhos jovens e imaturos, ou seja, o mundo é transformado dentro de nós e não fora, ou como diria nosso saudoso Mahatma Gandhi: "Faça em você as mudanças que quer ver no mundo."!
Enfim vem a maturidade e com ela a enxurrada de responsabilidades e compromissos que caracterizam essa fase. Somos então engolidos pelo fazer, pelo conquistar, pelo ter, mas sempre livres para escolher. Queremos as coisas que nos fazem respeitados, amados e às vezes temidos e poderosos. Situações que trazem não raro, dor e afastamento das verdadeiras alegrias. Aquelas que diferem muito em essência do entusiasmo passageiro do carro novo parado ali  na nossa porta, ou do apartamento luxuoso que compramos no bairro mais caro da cidade: símbolos de um status que parecem nos dar poder sob o signo de quem tem mais pode mais...Será?
Humildemente discordo porque se assim fosse não haveria ricos infelizes e insatisfeitos com suas aquisições e sua liberdade. Há tantos deles nos consultórios de análise! O que não deixa de ser bastante positivo, pois estão tentando se entender, se conhecer. Esse, já é um grande passo. Mas e as nossas conquistas intelectuais, aquelas que com nossa liberdade percorremos ao longo de nossas vidas, como a melhor faculdade, a pós-graduação, o mestrado e o doutorado, que nos trarão mais do que conhecimento, nos trarão vaidade e orgulho por ostentarmos um brilhante "doutor" antes do nosso nome. Ah, mas até aí você vê problema, você pode estar se perguntando. Então cultura não é tudo? É sim importante, fundamental para nossa produtividade melhor fluir e para que possamos contribuir para a nossa melhora e também do nosso próximo. Mas essas conquistas também dependem do ponto de partida, do que nos move ao buscá-las. Por que afinal queremos esses títulos? Seremos interiormente melhores? Mais humanos, mais gentis, mais solidários com os que nos cercam? Menos preconceituosos? Menos excludentes?
Tudo isso me faz lembrar o apostolo Paulo que era um rabino, um doutor da lei, profundamente respeitado por seus pares e livre para em nome das leis Mosaícas perseguir os Cristãos. Mas que de repente, também livre para escolher, deixou de ser perseguidor e tornou-se divulgador do Cristianismo legando a todos nós Ocidentais a verdadeira liberdade, que é a liberdade vivida pelo mais livre de todos os homens, que já passou por esse ainda primitivo planeta: Jesus.
Pois fecho meu sete de Setembro particular, resgatando Paulo num trecho de sua carta aos Gálatas (povo de origem Céltica que vivia na Ásia Menor)capítulo cinco, versículo 13, que diz assim: "Porque vós irmãos, fostes chamados à liberdade. Mas não useis da liberdade para dar ocasião à carne; antes, pelo amor, servi-vos uns aos outros."
Questão de liberdade e de escolha!

Nando em 2007 livre (mas não tão plenamente como está agora!)na Praia da Pipa (Natal) com meu pai, que também caminha para sua liberdade!

4 comentários:

  1. Gostei muito do seu texto. Aliás, vc escreve muito bem.
    E, com relação a foto, sem comentários. É de emocionar!!!!! Bjs, Selma

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  2. Minha querida irmã... texto lindo e como disse bem a Selma, não tenho palavras para falar dessa foto...fiquei emocionada! Nosso anjos juntos!!!
    Tenho fé e acredito que lá seja assim e que o nosso Neneco caminhe para sua "Liberdade" sem medos, angustias e ao lado do nosso "Bambino"! Amo vc! Bjs Aninha

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  3. Minha amada irmã, que palavras lindas, que emoção senti lendo essas coisas e vendo a foto desses dois lindões; não sei quando o papai partirá... ninguém sabe... mas acredito que o Nandão estará esperando por ele com todo o amor que for possível! Te amo, bjs, Bia

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  4. Priscilla
    Que lindo e profundo, bem lá de dentro...
    Cada uma com a sua própria realidade, porém o fato de podermos dividi-la só tem a nos acrescentar
    beijo carinhoso para voce amiga
    Nina

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