quinta-feira, 20 de outubro de 2011

 

Amigos há algum tempo, abandonei meu Blog, envolvida por outras prioridades da vida cotidiana feita de luta diária. Mas hoje, sem qualquer pretensão de me fazer ler ou recuperar o elo perdido com vocês, me senti envolvida pelo desejo de compartilhar uma reflexão de uma mensagem de Emmanuel, o guia Espiritual e Mentor de Chico Xavier do livro Fonte Viva. E por que isso? Porque essa mensagem fala muito aos nossos corações envolvidos num mundo onde a dor, o desapontamento e o infortúnio fazem morada... A mensagem de Emmanuel intitulada “Na senda escabrosa” é baseada na carta de Paulo aos Hebreus, capítulo 13, versículo 5 - que diz assim: “Nunca te deixarei, nem te desampararei”!

Paulo lembra o amparo Divino aos Hebreus, que eram os judeu-cristãos de Jerusalém e da Palestina, num momento muito difícil e doloroso para todos eles, um pouco antes do princípio da guerra judaica que acabou destruindo Jerusalém. A carta que foi escrita por Paulo em Roma, busca fortalecer os Hebreus na fé, lembrando-os que Jesus e Deus estão sempre presentes no acolhimento espiritual a todos, por pior sejam as circunstâncias vividas. Vejam que, os judeu-cristãos nessa época, sofriam perseguições e estavam inseridos num contexto de fanatismo nacional-religioso, que causava grande desequilíbrio e sacrifício para que, aqueles convertidos ao Cristianismo, perseverassem no caminho, a despeito de tudo o que estavam enfrentando. Paulo então, como grande orientador espiritual que era, recomenda acima de tudo a prática do amor fraterno para suavizar os embates da vida. Ele diz aos Hebreus: “Sejam caridosos uns com os outros, sejam hospitaleiros, lembrem-se dos que estão presos, lembrem-se dos maltratados, sejam fiéis e sinceros nas relações. Não permitam que o amor ao dinheiro, (e consequentemente a ganância e a ambição ) inspirem a conduta da vida de vocês. Assim contentem-se com o que têm, porque o Senhor disse: “Eu nunca te deixarei, jamais te abandonarei”!

Assim, como os Hebreus naquela época, nós podemos hoje, ter a convicção, sem sermos ousados de que se o Senhor é meu auxílio, não tenho nada o que temer! Que mal o homem pode me fazer se tenho essa proteção? Somos fortificados espiritualmente, protegidos e amparados e isso é tudo o que precisamos para termos coragem para enfrentarmos as dificuldades da vida! Emmanuel lembra-nos através de Chico Xavier, que Jesus, nosso mestre, e Deus, nosso Pai e Criador - estão sempre conosco! Emmanuel, assim como Paulo, nos recorda que a proteção de Jesus não diz respeito somente a nossa sustentação na vida física, na caminhada que cabe a cada um de nós, porque mais do que o alimento material, mais do que o pão, necessitamos do alimento espiritual, da sustentação que esse alimento nos trás sempre. Para entendermos isso, vamos pensar que se a nossa organização física precisa de alimento material que é a comida, para que se processe a reprodução celular e a nossa conservação, a nossa alma, sempre povoada de desejos, impulsos e necessidades - precisa de alimento espiritual. Quantas vezes não nos sentimos vazios, perdidos e desorientados diante de problemas pessoais que parecem nos engolir? E quando podemos dividir essas aflições com alguém e recebemos o auxílio da palavra, do conforto emocional e psicológico, como nos sentimos? Muito melhor, não é mesmo? O que foi isso, senão o alimento espiritual que buscávamos aflitos?

Vivemos momentos de profundo desgaste emocional, tanto que nos sentimos enfraquecidos, entregues, exaustos, como se as nossas reservas psíquicas tivessem acabado. Então nossas esperanças se perdem e nos tornamos alvo de depressão e angústia, assim como aconteceu aos Hebreus naquela época. Eles estavam esgotados e profundamente tolhidos e inquietos. Porém assim como os Hebreus foram alimentados espiritualmente por Paulo e foram lembrados da proteção de Jesus e de Deus - nosso Pai que é Misericórdia - nós, por nossa vez, jamais estamos sozinhos. Nos momentos de indecisão, desapontamento, frustração e escuridão interior, lembremos que somos inspirados, orientados e acompanhados pela espiritualidade superior que encarregada por Deus, nosso Pai, faz vibrar dentro de nós, novos ideais, novas convicções e novas buscas, com o objetivo de fortalecer e amparar nossos espíritos na caminhada para a vida superior. Então de repente, aparentemente do nada, surge um amigo, alguém nos dá um livro de presente,buscamos a presença de um parente com quem temos afinidade, ou ainda escrevemos, deixando no papel nossas angústias ou simplesmente choramos, nos permitindo em nossa frágil humanidade encontrarmos alívio para o nosso íntimo que transborda de aflição. De qualquer modo, somos amparados pelos recursos mais curiosos e inesperados. E de onde vem a ajuda e o amparo? De Deus que vela por cada um de nós, filhos que somos todos de seu Amor e assim Ele nos guia, usando-nos como instrumento de ajuda mútua uns dos outros. Esse é o verdadeiro Amor Fraterno recomendado por Paulo aos Hebreus. Então, nos momentos de desespero e dor, tenhamos a convicção, a certeza de que depois da tempestade que tira tudo do lugar, vem o ar puro que higieniza, que limpa e refaz. Depois da noite escura vem o dia ensolarado renovando-nos a lembrança de nossa filiação Divina e consequentemente de nossa proteção e amparo sempre! Lembre-se amigo, que o ar puro que limpa, as estrelas que sinalizam a continuidade da vida no céu e o sol que substitui a escuridão da noite, são recordações diárias da proteção Divina a todos nós, que jamais estamos sozinhos! Jesus, nosso mestre e Deus, nosso Pai e Criador - estão sempre conosco!



quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Se seus olhos forem bons...: ENTREVISTA COM WAGNER DE ASSIS, DIRETOR E ROTEIRIS...

Se seus olhos forem bons...: ENTREVISTA COM WAGNER DE ASSIS, DIRETOR E ROTEIRIS...: "Um pouco antes do lançamento do filme Nosso lar entrar em cartaz em todo o país, entrevistei para o jornal espírita Correio Fraterno, o dire..."

ENTREVISTA COM WAGNER DE ASSIS, DIRETOR E ROTEIRISTA DO FILME NOSSO LAR

Um pouco antes do lançamento do filme Nosso lar entrar em cartaz em todo o país,
entrevistei para o jornal espírita Correio Fraterno, o diretor e roteirista Wagner de Assis, o ator Renato Prieto que faz o papel de André Luiz e também o Secretário Geral do Conselho da Federação Espírita Brasileira Antonio César Perri de Carvalho. 
Os bastidores desse filme maravilhoso são contados nessa entrevista, assim como também a visão da Federação Espírita Brasileira sobre a produção. Essa matéria foi publicada no Correio Fraterno em Agosto, mas como nem todos tem acesso ao jornal, decidi colocá-la aqui no meu blog. Vale a pena ler o livro, ver o filme e acessar o Correio Fraterno. O link está no fim da reportagem. A foto do Renato Prieto me foi enviada gentilmente pelo próprio. Prepare-se pois o Wagner e o Prieto têm muito para contar!


O MUNDO ESPIRITUAL AO ALCANCE DOS NOSSOS OLHOS...

Qual é a única certeza que o homem tem ao nascer? A de que um dia vai morrer. E essa convicção, quase sempre cercada por temores e curiosidade o acompanha ao longo da vida. Como será do lado de lá? O que encontraremos? São muitas as perguntas. E justamente por tratar do tema de forma instigante que o livro Nosso lar ditado pelo espírito André Luiz e psicografado por Chico Xavier, desde que foi publicado em 1944, é cercado por números que o colocam na frente na preferência do público leitor, espírita ou não. Em forma de romance, a trajetória espiritual do médico André Luiz foi traduzida para as principais línguas do mundo, com mais de dois milhões de exemplares. Na revista Veja de junho aparece entre os mais vendidos e em primeiro lugar na lista dos melhores livros espíritas publicados no século 20.



Assim, por ser considerado um best-seller, pode-se imaginar o tamanho do desafio que enfrentou o cineasta Wagner de Assis para colocar a obra nas telas do cinema com a dimensão doutrinária que possui. E os números na produção cinematográfica parecem seguir o livro: mais de cinco mil pessoas participaram do projeto, com mais de mil figurantes. Os efeitos especiais passaram por 90 profissionais e foram feitos em Toronto, no Canadá para que a colônia espiritual Nosso lar ganhasse as dimensões contadas por André Luiz. Espírita, o cineasta Wagner de Assis, fala em entrevista para o Correio Fraterno como foram os bastidores dessa superprodução que retrata a profunda problemática do destino e do ser.

1.)Por que a história de Nosso lar foi escolhida para ir às telas?

R.)Não há quem não leia Nosso lar e não tenha uma experiência única - desde a temática, passando pela força da narrativa até a visualização de tamanhas novidades. É uma história poderosa em inúmeros aspectos, mas que precisava da hora certa para ser feita no cinema, com a tecnologia correta e viável. Acredito que o cinema reflete muito o seu tempo - entre outras tantas qualidades. Os tempos de hoje são os "chegados", como já anunciado. Tempos de transição, de necessidades urgentes para o ser humano. Uma história assim reflete seu tempo.

2.)Wagner, você assumiu o roteiro e direção do filme. Em relação ao roteiro, quais os desafios de um filme que trata de uma questão de difícil assimilação para a maioria das pessoas, que é a imortalidade do espírito?

Antes de tudo, sabíamos da importância do livro e respeitamos em todos os momentos a obra em questão. Nunca pensamos em dar "voos" diferentes do que o que já estava nas páginas. Mas cinema é uma história contada em menos de duas horas e, assim, tínhamos que exercitar a síntese e encontrar os melhores pontos da história. Os desafios foram muitos - fazer as escolhas certas para a história ser bem contada na tela. Há dezenas de histórias diferentes em Nosso lar. Tínhamos que escolher em função do protagonista. Espero que tenhamos acertado. O roteiro buscou a essência do livro - um homem acorda no mundo espiritual. Esse é o plot dramático - descobrir um novo mundo. Mas dentro disso há inúmeras questões - que mundo é esse? O que acontece com ele?O que fazer a partir dali? Acho que roteirizar é ver o filme antes de todo mundo e colocar no papel. E, dentro dessa jornada de descobertas, vemos que ela se transforma numa jornada de superação e aprendizado. Há pessoas que cruzam o caminho deste homem, há novos paradigmas a serem vividos, há questões ainda não respondidas no passado.

3.)Como foi a pós-produção?

Os efeitos são um ponto vital para a história. Não é a coisa mais importante do filme. Mas precisávamos criar uma cidade no computador e lidar com ela durante as filmagens. Filmamos sempre no limite do cenário construído e do cenário virtual que seria acrescido. Tivemos supervisores de efeitos visuais no set e depois mais de 90 profissionais passaram pelo projeto em Toronto, no Canadá. Um dia a dia intenso, quase como uma nova filmagem.Tivemos dias com mil figurantes, equipes de preparação enormes, virando 24h por dia para que tudo pudesse ser feito. E isso apenas no mundo encarnado!

4.)Em quanto tempo se deu esse trabalho até a finalização?

Filmamos em oito semanas. Pré-produzimos em 12 semanas. E pós-produzimos em nove meses quase. Desde que os direitos foram negociados, são quatro anos. Não planejávamos estrear em 2010, não tínhamos consciência do grande momento em relação ao Chico Xavier. Estava tudo planejado na espiritualidade. Fomos apenas os mecanismos. Não houve um dia sequer durante este trabalho que não senti a magia presente em nossas vidas. Um aprendizado e tanto.

5.)O ano de 2010 está se consolidando como o ano dos filmes espíritas em função do centenário de Chico Xavier. As questões transcendentais que sempre acompanharam a jornada humana se fazem agora mais presentes?

Acho que o cinema reflete seu tempo. Não sei se é um novo filão. Também não entendo o que são "filmes espíritas" - criando um gênero que não sei muito bem como é. Até agora, houve duas cinebiografias e teremos um drama, que é o Nosso lar. O tema espiritualidade certamente veio para ficar novamente. Ou melhor, retornou ao convívio das pessoas, sem medos, sem problemas em celebrar a espiritualidade. Já ouvi que é uma nova "invasão organizada" da realidade da vida espiritual, assim como houve no século XIX com o Allan Kardec e as próprias Irmãs Fox na América do Norte.

6.)Qual foi, afinal, o ponto alto para você Wagner, ao fazer esse filme? Há projetos envolvendo mais filmes nessa linha?

Acho que sair de uma vontade pessoal e encontrar tantas pessoas que tornem essa vontade real é um aprendizado pra vida toda. Aprender a acreditar cada vez mais. E a entender que somos apenas mecanismos. Cinema é a arte de todos juntos. Ao mesmo tempo, saber que a espiritualidade permitiu que esse trabalho fosse feito - porque deduzimos que se não fosse para ser feito, certamente não estaríamos aqui - é um motivo de agradecimento eterno. Sempre há novas histórias e novos projetos. Afinal, o André escreveu 16 livros, né?

Precisamos que todos os espíritas sintam-se "responsáveis" e nos ajudem a multiplicar a informação que o filme existe. Precisamos que essa "maioria silenciosa" que, acredito, existe no país, se manifeste agora de forma contundente para ir ao cinema. E isso não é só pelo filme. É pela temática - vida espiritual - e pelos novos tempos. Esperamos vocês lá!

As portas que se abrem
O telefone toca. Do outro lado dá para sentir o entusiasmo do ator Renato Prieto quando ouve a proposta da entrevista: falar sobre seu personagem André Luiz, no filme Nosso lar. O capixaba que mora no Rio de Janeiro, tem 25 anos de carreira em televisão e teatro. Renato foi visto por Wagner de Assis na peça espírita Vidas passadas. O convite para que ele se preparasse para viver André Luiz, veio em seguida. Também espírita, o ator foi buscar na obra de Chico Xavier inspiração: - “À medida que iam se aproximando as filmagens revi muitas outras vezes. Compor o personagem foi uma grande amorosa batalha, já que ele é diametralmente diferente de mim. Foi necessário vivenciar cada passo da sua jornada. Colocar-me no lugar dele e não julgar.

Entre os desafios, estava a necessidade de emagrecer em quarenta e cinco dias, dezoito quilos para representar a condição de André Luiz em seu despertar do lado de lá. Prieto relata clima de harmonia e respeito nos bastidores. Com a atriz Selma Egrei, que faz o papel da mãe de André Luiz, sempre se emocionava. Responsabilidade e gratidão são os sentimentos que marcaram esse trabalho para o ator.

A sintonia da equipe de Nosso lar com a Federação Espírita Brasileira ficou marcada também na participação que tiveram na reunião especial do Conselho Federativo Nacional realizado em Brasília, em abril, de acordo com o Secretário geral do Conselho, Antonio Cesar Perri de Carvalho: “- Eles prestaram algumas interessantes informações sobre a sensação de envolvimento espiritual durante as filmagens. Os comentários e informações da equipe do filme provocaram grandes expectativas.”

Uma dúvida surge: o risco de que o grande público nivele o entendimento do desencarne de André Luiz como regra geral. Afinal, temos entre as cinco obras básicas que compõem a codificação espírita, o livro O Céu e o inferno de Allan Kardec, que demonstra alem da imortalidade do Espírito, a consequente condição que ele usufruirá no Mundo Espiritual, em seu despertar como consequência de seus próprios atos. São muitos os depoimentos dos Espíritos que despertaram venturosos e outros que não, em função de como viveram. De modo particular, a colheita é para cada um segundo as suas obras, como disse um dia Jesus. Cesar Perri, vê Nosso lar nas telas será como uma porta que se abre para novas buscas: - “A desencarnação, atendimentos iniciais e adaptações do espírito André Luiz não foram nada fáceis. Imagino que a maioria das desencarnações sejam até mais complicadas. Os que tiverem dúvidas buscarão a leitura dos livros correlatos. Todo filme provoca o estímulo à leitura do livro que o gerou e dos similares. Será um bom estímulo inicial à leitura e à reflexão sobre as questões de vida e de morte. Caberá ao Movimento Espírita gerar uma onda de esclarecimentos e de analogias com obras sérias. Infelizmente, a obra "O Céu e o Inferno" é muito pouco estudada e divulgada entre os próprios espíritas e, sem dúvida, será um excelente momento de alavancar sua difusão.”

O cineasta Wagner de Assis concorda com Perri: -“Uma das nossas preocupações é justamente não deixar que as pessoas “rotulem” o personagem”. O conceito de suicídio inconsciente é muito forte e vemos que impacta muitas pessoas. Mas ele é "autoexplicativo" e esperamos que, nesse quesito, o público possa refletir e ponderar. Claro que sempre há riscos quando se lida com meios de comunicação de massa - variadas interpretações, todos os tipos de entendimentos. Quem quiser se aprofundar nos temas da história, nada melhor que ler Nosso lar e, quem sabe, os demais livros da série André Luiz.”

Recorro ainda ao próprio André Luiz, que sintetiza sabiamente: -“O simples ‘baixar do pano’ não resolve transcendentes questões do infinito”. Uma existência é um ato. Um corpo, uma veste. Um século, um dia. Um serviço, uma experiência. Um triunfo, uma aquisição. Uma morte, um sopro renovador. Quantas existências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos triunfos, quantas mortes necessitamos ainda?”

O recado está dado.







terça-feira, 7 de setembro de 2010

O NOSSO SETE DE SETEMBRO PARTICULAR

É inevitável. Todo sete de Setembro ficamos envolvidos pela recordação de que sim, Graças a Deus e aos homens de boa vontade e boa cabeça, somos um país livre. Mas por isso mesmo, a mídia não tem como fugir das transmissões da parada militar e das escolas públicas que se revezam nas principais avenidas e nos ceús (meu filho Duda estava lá no desfile aéreo do Rio de Janeiro!)das capitais de todo Brasil. Mas isso me faz pensar em outro sentimento de liberdade e também no que efetivamente significa "ser livre"... 
Nascemos livres, dotados do livre-arbítrio para pensar e consequentemente agir. Mas como seres permanentemente em processo educacional, precisamos de nossos pais na infância delineando limites e corrigindo nossas tendências aos abusos e a sermos naturalmente espaçosos. Nesse mundo moderno, no entanto, alguns pais corroídos pela culpa e angústia do pouco tempo com seus filhos, relaxam nesse processo de orientação e afrouxam as rédeas. O que é uma pena para ambos, pois algumas regras e restrições ao longo da meninice ensinam o respeito ao próximo e aos direitos de todos nós.
Na juventude, não tem jeito!Nos achamos donos do mundo e queremos a todo custo transformá-lo de acordo com nossa ótica bastante apaixonada e pouco prática. Mas tudo bem, afinal a paixão e a energia fazem parte da busca de nossos valores pessoais e da construção da nossa identidade. Porém, ainda aqui ajuda bastante aquela conversa amiga ao pé do ouvido, mostrando o que é invisível aos olhos jovens e imaturos, ou seja, o mundo é transformado dentro de nós e não fora, ou como diria nosso saudoso Mahatma Gandhi: "Faça em você as mudanças que quer ver no mundo."!
Enfim vem a maturidade e com ela a enxurrada de responsabilidades e compromissos que caracterizam essa fase. Somos então engolidos pelo fazer, pelo conquistar, pelo ter, mas sempre livres para escolher. Queremos as coisas que nos fazem respeitados, amados e às vezes temidos e poderosos. Situações que trazem não raro, dor e afastamento das verdadeiras alegrias. Aquelas que diferem muito em essência do entusiasmo passageiro do carro novo parado ali  na nossa porta, ou do apartamento luxuoso que compramos no bairro mais caro da cidade: símbolos de um status que parecem nos dar poder sob o signo de quem tem mais pode mais...Será?
Humildemente discordo porque se assim fosse não haveria ricos infelizes e insatisfeitos com suas aquisições e sua liberdade. Há tantos deles nos consultórios de análise! O que não deixa de ser bastante positivo, pois estão tentando se entender, se conhecer. Esse, já é um grande passo. Mas e as nossas conquistas intelectuais, aquelas que com nossa liberdade percorremos ao longo de nossas vidas, como a melhor faculdade, a pós-graduação, o mestrado e o doutorado, que nos trarão mais do que conhecimento, nos trarão vaidade e orgulho por ostentarmos um brilhante "doutor" antes do nosso nome. Ah, mas até aí você vê problema, você pode estar se perguntando. Então cultura não é tudo? É sim importante, fundamental para nossa produtividade melhor fluir e para que possamos contribuir para a nossa melhora e também do nosso próximo. Mas essas conquistas também dependem do ponto de partida, do que nos move ao buscá-las. Por que afinal queremos esses títulos? Seremos interiormente melhores? Mais humanos, mais gentis, mais solidários com os que nos cercam? Menos preconceituosos? Menos excludentes?
Tudo isso me faz lembrar o apostolo Paulo que era um rabino, um doutor da lei, profundamente respeitado por seus pares e livre para em nome das leis Mosaícas perseguir os Cristãos. Mas que de repente, também livre para escolher, deixou de ser perseguidor e tornou-se divulgador do Cristianismo legando a todos nós Ocidentais a verdadeira liberdade, que é a liberdade vivida pelo mais livre de todos os homens, que já passou por esse ainda primitivo planeta: Jesus.
Pois fecho meu sete de Setembro particular, resgatando Paulo num trecho de sua carta aos Gálatas (povo de origem Céltica que vivia na Ásia Menor)capítulo cinco, versículo 13, que diz assim: "Porque vós irmãos, fostes chamados à liberdade. Mas não useis da liberdade para dar ocasião à carne; antes, pelo amor, servi-vos uns aos outros."
Questão de liberdade e de escolha!

Nando em 2007 livre (mas não tão plenamente como está agora!)na Praia da Pipa (Natal) com meu pai, que também caminha para sua liberdade!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Um Correio Fraterno para todos nós

Somos bombardeados cotidianamente com um mundo de informações assustadoras que não constroem nada, mas ajudam consideravelmente a aumentar nossa sensação de impotência e imobilidade diante da crueldade que faz parte de nossa condição humana, no estágio evolutivo em que nos encontramos.
A mídia apenas e tão somente nos devolve o que produzimos e refletimos: violência, miséria, opressão e ignorância. Assim não sei se concordo com os críticos mais acirrados que propagam aos quatro ventos a nossa produção jornalística como sensacionalista. Acredito que se ela está aí é porque tem público, tem audiência, caso contrário aí não estaria. A mídia como tudo nesse mundo material, acompanha as tendências, mais que isso as necessidades expressas de forma muito clara pelos índices do Ibope.
Mas eu acredito na capacidade de escolha e na inteligência humana, assim evolutivamente deixaremos, um dia, de contaminar nosso olhar com o desprezível, o deselegante, o cruel e o desumano. Ansiamos como Espíritos que somos todos nós, pelo belo, pelo bom e pelo justo.E como achar esse caminho? Sem receitas, dicas ou conselhos pois sou muito rasteira para isso, vejo no cultivo interior de nossos melhores sentimentos o começo de uma nova era, onde buscaremos as boas notícias que fazem vibrar nossos corações e que acendem em nós lampejos de esperança, a esperança do recomeço, do refazimento interior. De nosa reconquista interna.
Celebraremos as conquistas tecnológicas da mídia digital que diminuem os impactos e as distâncias sociais, buscaremos a literatura saneadora que desenha a superação de nosso egoísmo crônico e de nossa incapacidade atual para a luz.
A verdade é que somos Espíritos viajores em jornadas particulares (muitas vezes sofrida) que nos farão melhores do que somos hoje e do que fomos ontem e assim nossa mídia também será. Haverá um dia, que o homem só terá olhos e ouvidos para o bem e o bom, por um processo natural, seletivo mesmo, de sua caminhada individual e então o mundo das telas, tvs, revistas e jornais será outro: íntegro, leve e bonito.
Enquanto estamos ocupados com a construção de nós mesmos e consequentemente dessa mídia, indico aos meus amigos leitores um site que é  leveza, estilo e conteúdo sempre. Leiamos o Correio Fraterno do ABC em http://www.correiofraterno.com.br/.
Assim quem sabe não receberemos à porta de nossa casa de novo, aquele carteiro amigável, o Correio Fraterno, que com certeza nos trará só coisas boas? Por uma questão filosófica, eu acredito sinceramente nisso!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Se os seus olhos forem bons...: O TEMPO DO MAL DE ALZHEIMER E O TEMPO DE TODOS NÓS...

Se os seus olhos forem bons...: O TEMPO DO MAL DE ALZHEIMER E O TEMPO DE TODOS NÓS...: "Os lindos olhos azuis dela já não brilham mais como as contas de vidro de um colar. Também parecem ter perdido a destreza de mil direções e ..."

O TEMPO DO MAL DE ALZHEIMER E O TEMPO DE TODOS NÓS

Os lindos olhos azuis dela já não brilham mais como as contas de vidro de um colar. Também parecem ter perdido a destreza de mil direções e os registros simultâneos e espertos que faziam. Estão mais lentos, presos a um foco de cada vez, porém ganharam em profundidade, registram agora a memória de um tempo que se foi e a sabedoria da seleção do que ainda vale ser captado. Como seus olhos, toda a expressão de seu corpo está descompassada e parece deslocada dela mesma. Ainda assim minha mãe continua bela em seu processo de envelhecimento. As perdas se sucedem porque ela escolhe agora o que vale a pena ser mantido. Como um guarda roupa que é esvaziado pois seu conteúdo não tem mais uso, minha mãe limpa sua mente de tudo aquilo que considera agora de pouca importância. Ela já não se lembra dos nomes das ruas dessa nossa gigantesca cidade e que tinha na ponta da língua,recitando com segurança a quem perguntasse. Perdeu a referência das histórias que nos contava, e quase sempre está silenciosa e distante, sabe-se lá aonde... Mas curioso, não há tristeza nesse desligamento. Para mim, ela continua buscando. Só que agora, o invisível, o que é essencial para uma construção nova de si mesma e do caminho que começa a trilhar. Meu pai também faz sua trajetória, mas é verborrágica. Feita de muitas perguntas, repetitivas, óbvias, mas ainda assim envolvidas em ternura. Isso ele não perdeu, continua o doce e gentil pai que sempre tivemos orgulho de apresentar aos amigos, namorados e conhecidos. Papai é o amor no olhar, a bondade na disponibilidade de sempre para tudo e para todos, seja quem for. Ele também está partindo em busca de outra história, em outro plano. Meus pais, casados há 51 anos estão com Alzheimer e nós, as filhas aprendendo um novo tempo, o tempo deles que não é o nosso, mas que de alguma maneira, se conectam.
Não fomos preparadas para caminhar nesse tempo deles, tudo parece estranho e de certo modo angustiante, mas por incrível que pareça com um certo otimismo pode-se ganhar com isso. Estamos devolvendo a candura e preocupação com que nossa mãe nos tratou, as quatro filhas. As conversas com minha mãe agora são marcadas por um falar docemente infantil, como se ela fosse a nossa garotinha.E ela se delicia com esse pequeno mimo, sente-se protegida. Meu pai, precisa das respostas constantes, dadas seguidamente como se o assunto proposto não tivesse sido ventilado. Exercitamos a paciência, - tão limitada numa época imediatista como a nossa - devolvendo as perguntas e as respostas que ele já conhece.Esse caminhar está nos mostrando, que essa doença é a doença da afetividade, porque não é para os pais, mas para os filhos.Eles tornam-se dependentes como nós fomos um dia, e buscam o calor que nos deram um dia. Chegou a nossa vez de retribuirmos a construção dessa relação. Fica na minha memória um momento da "juventude" deles em plena maturidade, quando há quatro anos eles foram com meu filho Nando, na época com 24 anos, numa balada em Natal. Nando sentiu-se premiado, era o único entre tantos jovens compartilhando uma banda de rock com os avós!

Serviço: informações a respeito do Mal de Alzheimer buscar emwww.alzheimermed.com.br