quinta-feira, 8 de abril de 2010

O que semeamos no campo do coração, com o Rio de Janeiro embaixo da água?

Numa carta de Paulo aos Gálatas, capítulo 6, versículo 7, o apóstolo diz : "Tudo o que o homem semear, isso também ceifará!
O que será que Paulo, o evangelizador dos gentios estava querendo dizer com isso? servirá sua mensagem ainda hoje, também para nós, tão ocupados que estamos com nossas vidas atribuladas ?!!
Pra começar: quem eram os Gálatas? Um povo da raça Céltica exilado de suas terras na região do Reno, hoje Germânia, fugindo das incansáveis lutas com os Germanos. Parte desse povo havia emigrado para a Asia Menor, onde fundaram uma colônia chamada Galácia. E Paulo havia plantado por lá no campo do afeto e do amor, o evangelho de Jesus: a boa nova que faz de todos nós, irmãos a caminho da mudança e da transformação...livres da escravidão do pensamento e das emoções!
Também somos como os Gálatas, exilados, mas não das terras, estamos exilados dos nossos sentimentos, os mais nobres e simples que nos fazem verdadeiramente felizes, como a solidariedade, o acolhimento, a aceitação plena do outro. Porém, não fomos expulsos por ninguém, nenhum povo conquistador nos colocou em fuga...somos sim exilados de nossa essência, por nossa opção e escolha pessoal!
Parece que não nos sobra espaço para semearmos as sementes dos bons sentimentos nos dias que vivemos, como pedia Paulo aos Gálatas. Não temos tempo para parar e sentir, ou melhor muitas vezes, sentimos, ignoramos e prosseguimos porque a nossa vida (a vida que escolhemos) nos cobra ação contínua em beneficio de nós mesmos e dos nossos e não temos espaço para a reflexão...Pobres de nós, de todos nós que esquecemos a regra básica de Jesus: não desejarmos ao outro, aquilo que não desejamos a nós, ou ainda desejarmos o melhor para o outro assim como desejamos o melhor para nós...
Com o Rio afundado nas enchentes, com mais de 160 mortos e tantos mais desabrigados, somos sim chamados a pensar no outro, a saírmos do conforto e bem-estar de nossas vidas acomodadas e tranquilas para exercermos a semeadura proclamada por Paulo. Temos que pegar nossas enxadas, pás, e boa-vontade para buscarmos o campo do afeto, onde nossos corações irão plantar o que os cariocas esperam de nós: compaixão, acolhimento e ajuda...E Deus em sua infinita sabedoria inunda os nossos campos com as águas das chuvas que nos impelem ao trabalho renovador de nós mesmos...
O que será que temos plantado nesse campo? Pensemos e busquemos dentro de nós a safra das nossas ações, entendendo que hoje o sofrimento é do outro, mas um dia poderá ser nosso!
Façamos como Paulo nos pede: se queremos amor, paciência, abnegação, ternura e acolhimento, plantemos isso tudo, dando primeiro de nós mesmos e depois, quem sabe, pela lei do semear e do ceifar, não colheremos também melhores ações para nós mesmos?
Que cada um de nossos irmãos cariocas possam ser lembrados nas nossas preces, no alimento que possamos enviar, na roupa, no remédio, no bom pensamento que possamos nutrir por eles e não somente na espectação que exercitamos diante das notícias que chegam de lá. Que o sofrimento do Rio, possa nos tirar da bolha que nos encapa e isola de tudo o que não diz respeito a nossa própria vida!
Sejamos como o simples lavrador que levanta com o sol  munido de amor e esperança para tirar da terra o alimento que o sustentará. Vamos também munidos da compaixão levantar dos nossos corações todos os sentimentos que nos empulsionam para a prática do evangelho de Jesus: semear o bem para ceifar o bem!
Há muitos sites onde podemos acionar nossa ajuda e buscar informações. A Ordem dos advogados do Rio que criou um mutirão humanitário para ajudar os flagelados, você pode consultar o site http://www.jusbrasil.com.br/. A cantora Alcione também faz show no Canecão com o objetivo de recolher ajuda. Você encontra informações no site www.sortimentos.com/.../rio_janeiro_show_alcione_flagelados_canecao.htm_
Ou ainda, se preferir digite no Google "ajuda aos flagelados do Rio" e você encontrará os caminhos...
  

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